Cerca de 43% das 1.004 crianças britânicas participantes de um estudo disseram ter enviado mensagens online para estranhos a partir de uma idade média de 12 anos.
A pesquisa foi realizada pelo
knowthenet.org.uk, site financiado pela organização sem fins lucrativos Nominet, responsável pelo bom funcionamento e segurança da infraestrutura da internet no Reino Unido.
O estudo afirma que o desenvolvimento online de uma criança começa aos nove anos, e nos quatro anos seguintes, sua atividade na internet evolui da simples visualização de conteúdo a ser ativo em mídias sociais.
As redes frequentadas pelos pequenos
O aplicativo de mensagens WhatsApp exige que seus membros tenham pelo menos 16 anos de idade para utilizá-lo, mas 40% dos entrevistados disseram o ter usado antes.
A idade mínima do BlackBerry Messenger, de 13 anos, também foi ignorada por 24% das crianças, e o app SnapChat era usado por 11% delas, apesar de sua política de idade mínima de 13 anos – que, aliás, não é nada eficaz, já que o serviço não pede idade no ato da inscrição, de forma que crianças mais jovens do que 13 precisam ser relatadas para o aplicativo.
Evolução rápida
Aos nove anos, as crianças primeiro acessam o YouTube e usam um laptop ou celular. Aos 10, elas começam a utilizar gíria de internet, como “rsrs”, “aki” e hashtags, além de enviar mensagens instantâneas.
A maior proporção de atividade na internet ocorre quando as crianças atingem 11 anos de idade, momento no qual estão mais propensas a postar uma imagem ou vídeo de si mesmas pela primeira vez, postar um comentário inadequado online ou criar um perfil de mídia social falso.
Um ano mais tarde, com 12 anos, as crianças passam a usar Twitter e Whatsapp e mandam mensagem a alguém que não conhecem na vida real. Quando atingem 13 – sua maturidade social – começam a usar serviços como SnapChat e Ask FM, além de tentar enviar mensagens com conteúdo sexual pela primeira vez.
Proibir ou vigiar?
Mães de crianças pequenas em plena era digital sabem que não é fácil manter seus filhos longe de eletrônicos, especialmente smartphones e notebooks. Mas proibi-los de usar tais dispositivos não ajuda em nada – não precisamos de estudos científicos para saber que as crianças vão encontrar outra maneira de fazer parte deste mundo, longe dos olhos dos pais.
Ao mesmo tempo, largar seu filho com um celular na mão sem ficar atenta ao que ele está fazendo é uma ideia ainda pior.