Quando visita um cliente, a representante comercial Ana Kátia Sobrinho não carrega embaixo do braço mostruários ou catálogos de sapatos.
Sua nova ferramenta de trabalho está guardada dentro da bolsa. Para apresentar seu portfólio de produtos, ela saca um iPad e, com os dedos, passa as imagens dos diferentes modelos e cores disponíveis.
No início do ano, a fabricante de calçados Di Valentini comprou 16 tablets para sua equipe de vendas. O resultado foi imediato: a empresa aumentou sua receita em 18%. A Di Valentini não é a única a se aproveitar dos recursos oferecidos pelo aparelho no dia a dia dos negócios. De acordo com a consultoria IDC Brasil, as empresas brasileiras devem comprar até 120 mil tablets até o final deste ano. É o equivalente a 40% do total projetado para o mercado nacional.
A Xerox Brasil já conhece há algum tempo os benefícios de usar o iPad no dia a dia dos negócios. Um dos primeiros funcionários da empresa a adotar o tablet da Apple foi o CEO, Villy Fine. Ele passou a usar a primeira versão do aparelho para acessar emails e arquivos em julho de 2010, apenas três meses depois da sua chegada ao mercado americano.
Fine percebeu que poderia economizar minutos preciosos do expediente usando o iPad para realizar algumas tarefas. “O iPad baixa meus emails em dois minutos", afirmou Fine. “Antes esperava mais dez vezes mais até meu Outlook sincronizar com o servidor".
Com a carta branca do presidente, cinco diretores resolveram adotar o aparelho. O diretor de comunicação Rafael Veras é um deles. “O iPad tem uma função intermediária, para os momentos em que você não tem tempo para abrir o notebook e precisa de um nível de profundidade maior que o do smartphone”, diz Veras.
Economizar tempo não é a única aplicação do iPad nos negócios. Com sede em São João Batista, em Santa Catarina, a Di Valentini começou a migrar seus catálogos e mostruários para dentro do aparelho da Apple. A mudança implantada desde o início do ano representará uma economia de quase 19 000 reais ao mês.
Mais importante, as vendas no período chegaram a 267 000 reais. O resultado foi tão positivo que a fabricante de calçados começou a desenvolver um aplicativo especial para ajudar os representantes comerciais nas vendas. “Os vendedores carregam menos volume, menos peso e ganham mais agilidade”, afirma José di Ortiris, dono da empresa e responsável pela implantação do projeto.
A fabricante de remédios EMS é outra empresa que resolveu substituir os catálogos pelo iPad. No final do ano passado, a empresa investiu 2,5 milhões de reais na compra de 1 500 tablets. Apesar do custo alto, o retorno será sentido a curto prazo. A empresa espera economizar 4,2 milhões de reais ao ano. “Até o fim de 2011 não haverá papel dentro da EMS”, diz Waldir Eschberg Jr, vice-presidente de marketing.
Outras empresas do setor já planejam extinguir o papel. A Eurofarma vai distribuir o tablet da Apple para
cada um dos representantes de vendas espalhados pelo país. Com o investimento de R$ 1,5 milhão, a companhia espera economizar pelo menos 55 toneladas de papel ao ano. “O projeto teve início em agosto e, conforme você caminha, as possibilidades vão se ampliando”, afirma Helton Carvalho, executivo de marketing da Eurofarma.
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