imagem: google |
originalmente publicado em O Globo
A Google desenvolveu tecnologia que, ao monitorar em tempo-real a atividade do internauta, o impede de escrever e-mails, documentos e mensagens com informações que violem a lei, termos de serviço ou a confidencialidade dos dados de corporações, noticiou o “Huffington Post” nesta terça-feira. O site chamou atenção para a ameaça à privacidade que a tecnologia representa.
“O Big Brother não estará apenas de olho você. Ele estará tomando o poder sobre o que você escreve”, observou a jornalista Bianca Bosker.
A Google apresentou a tecnologia, chamada de Corretor de Violações de Políticas de Uso, em patente submetida a órgão do governo americano. O sistema é voltado para o mercado corporativo, cada vez mais cioso do que os funcionários andam escrevendo em e-mails e até redes sociais.
Segundo a companhia, a ferramenta alerta imediatamente o usuário quando ele escreve conteúdo “problemático”, que possa violar as políticas de segurança da informação de seu empregador, infringir a lei ou denegrir a imagem de outras empresas ou pessoas, por exemplo.
O texto da patente informa que o sistema funciona comparando em tempo real tudo o que os usuários escrevem com um banco de dados de termos consideradas “problemáticas”. Caso a tecnologia identifique que o usuário não está escrevendo como deveria, ele envia alerta explicando o que há de errado e recomenda alternativas que possam enquadrar o texto nas regras.
A Google ressaltou que o software pode funcionar em diversos tipos de texto (mensagens de e-mail, apresentações, documentos etc.) e qualquer modelo de aparelho, do tradicional desktop a até televisões.
De acordo com a gigante das buscas, o Corretor de Violações de Políticas de Uso é providencial para companhias que desejam evitar processos e vazamentos de dados. A patente exemplifica o funcionamento da tecnologia dessa forma:
“Um documento contendo o texto ‘o projeto ABC vai MATAR de vez a empresa XYZ’ poderia abrir espaço para queixa de competição desleal.”
Segundo o “Huffington Post”, porém, é lícito crer que o software também atende aos interesses de regimes autoritários que buscam novas formas de censurar a internet.
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