"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Cancelei a minha conta no WhatsApp

artigo_74305Fábio Bandeira, no Administradores
Resolvi. Cancelei minha conta no WhatsApp. Eu demorei até certo tempo, comparado ao meu ciclo de convívio, para iniciar no aplicativo. Houve um encantamento imediato sobre a facilidade de trocar mensagens, vídeos, imagens, mas o efeito “nefasto” que o app provoca nas pessoas me fez abandonar a ideia de tê-lo.
A palavra “nefasto” pode até soar pesado para alguns, mas, de fato, é assim que passei a enxergar a questão. Ir a um barzinho, estar em uma confraternização/aniversário, encontrar os amigos. É quase uma regra (principalmente se você tem entre 12 a 30 anos), sempre terão aqueles que não desgrudam os olhos da tela do celular e entram em seu mundo paralelo digital, geralmente no WhatsApp ou Facebook.
As pessoas ao redor desses “ultra conectados” parecem meras peças de um cenário paralisado que só acontece a real interação em três momentos: Na chegada ao local (é preciso cumprimentar as pessoas); no momento da foto (é claro, a foto vai para as redes sociais para mostrar como a pessoa se diverte com o restante do grupo); e na hora de ir embora (ainda dizendo como foi bom o reencontro).
O problema é que esse número de pessoas alienadas está se multiplicando. Chega ao ponto que não existe um diálogo, fica cada um imerso em sua mini tela. Isso, quando a conversa entre as pessoas não é: “Você viu aquele vídeo no WhatsApp? Você tem que ver… muito engraçado. Estou enviando para o seu”. Sim, essa é apenas uma situação ruim do aplicativo, mas não irei me alongar nas outras.
A questão é que vivemos em plena era de ouro da comunicação, onde todos têm possibilidades infinitas para interagir, mas talvez, seja o momento mais crítico da história da comunicação. Há falta de diálogo, convívio, interação com quem está próximo de nós. Até ligar já está virando “artigo de luxo”. Exagero? As operadoras de telefone estão acompanhando essa tendência de comportamento e invertendo seu marketing… Não se oferece mais tantos planos para ligar, a questão, agora, são os planos com internet ilimitada, internet a R$ 0,25, entre outros.
Acho que o sempre otimista filósofo Pierre Levy, quando descreveu o conceito de Inteligência Coletiva, não imagina que o WhatsApp poderia ter sido inventado. Ou até imaginava, mas não sabia que as pessoas iam preferir ficar ali – no aplicativo -, em vez do convívio social.
As falas de um de seus maiores opositores, o polêmico filósofo e sociólogo francês Jean Baudrillard (já falecido), feroz crítico da sociedade de consumo, nunca fizeram tanto sentido. Principalmente na questão de quando se transfere suas características para as novas máquinas, o homem está abrindo mão de si mesmo.

Na revista Administradores

Na edição novembro/dezembro da revista Administradores resolvemos questionar sobre o WhatsApp em nossa editoria contraponto. Colocamos dois especialistas para defenderem sua tese e apontar as vantagens e desvantagens do aplicativo. Você pode ler aqui o que os dois especialistas falaram.
Confesso que minha opinião foi alterada ao longo do tempo. Antes favorável à facilidade de comunicação que o WhatsApp poderia gerar, coloco-me hoje a favor da comunicação real, do tête-à-tête, sem as barreiras das mini telas. Apesar de não me encaixar no perfil alienado (como aquele citado acima), estar no aplicativo me colocava no status de condescendente com algo que sou contra. Isso estava incomodando.

Que tal refletir

Acho que essa questão de como lidamos com a internet e com o ato de estar conectado 24h cabe uma reflexão individual. Você: como lida com essa conexão com redes sociais e aplicativos no celular?
Talvez não esteja no momento de avaliar e refletir sobre o tempo que se “dedica” a eles?
Acho que a reflexão vale, principalmente, para aqueles que se encaixam no perfil de sentir necessidade de ver a timeline constantemente, que trocam a leitura de um livro para ver vídeos e besteiras na internet ou até mesmo não que conseguem realizar algumas atividades e tarefas de sua rotina por falta de concentração que as redes sociais e aplicativos com o WhatsApp geram.
Não sou contra redes sociais e apps, pelo contrário, acho que são fontes de interação, entretenimento e até de negócios muito válidas. No entanto, percebo certa alienação que essa conexão provoca em muitos. Não quero causar uma revolução nesse aspecto, apenas proponho que se busque encontrar formas de equilibrar essa balança do real com o virtual.
Enquanto isso não acontece, acho melhor deixar minha conta do WhatsApp cancelada.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Jovens adotam apps como Snapchat e WhatsApp para fugir dos adultos no Facebook

Rafael Capanema na Folha de S.Paulo
No fim de outubro, durante a apresentação dos resultados trimestrais do Facebook, o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, afirmou que a rede social teve um “declínio em usuários diários, especificamente entre os adolescentes mais jovens”.
O motivo do êxodo, que tem beneficiado apps e serviços como o Snapchat e o WhatsApp, é simples: os jovens querem se comunicar longe das vistas de pais, parentes e professores, que muito provavelmente estão entre o 1,1 bilhão de usuários da maior rede social do mundo.
É a primeira vez em que um executivo do Facebook trata do assunto publicamente, mas há tempos a empresa se preocupa com as ameaças à sua hegemonia e age vigorosamente para combatê-las.
Quando percebeu que as pessoas compartilhavam cada vez mais imagens no Instagram, comprou o aplicativo, em abril de 2012.
Diante do sucesso do Snapchat, que permite enviar fotos e vídeos que se autodestroem em alguns segundos, criou um clone, o Poke, que foi um fracasso.
Depois, tentou comprar o próprio Snapchat por US$ 3 bilhões –o triplo do que pagara pelo Instagram–, segundo revelou o “Wall Street Journal” na semana passada.
Ainda na última semana, reformulou seu aplicativo de mensagens para Android e iOS, que agora pode ser usado para a comunicação entre pessoas que não são amigas no Facebook.
Além disso, o app tomou emprestado de mensageiros instantâneos populares na Ásia, como o WeChat (China), o Line (Japão) e o KakaoTalk (Coreia do Sul), o tom neon do novo ícone e a ênfase nas figurinhas (emoticons gigantes e ultracoloridos).
Nenhum desses concorrentes, porém, age como um substituto direto do Facebook, como o Google+. Além disso, eles às vezes são usados de formas que não haviam sido previstas por seus criadores, observou o analista Benedict Evans.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Google lança nova plataforma de ensino à distância

Helpouts permite que usuários entrem em contato com experts e paguem por “serviços” através de chat em vídeo
Publicado em O Globo
RIO – O Google entrou oficialmente no universo da educação à distância lançando o Helpouts, plataforma que permite a qualquer usuário de internet aprender ou ensinar. Para isso, juntou serviços que ele já oferece — o Youtube, Hangout, Google +, Gmail e Google Wallet — para conectar usuários a especialistas por meio de vídeos em tempo real com aulas gratuitas ou cobradas por sessão ou minuto.
Nesta primeira etapa, o Helpouts terá apenas aulas com profissionais convidados — foram firmadas parcerias com Sephora, One Medical, Weigh Watchers, Redbeacon e Rosetta Stone — mas em breve conectará qualquer um que queira ensinar algo a pessoas que queiram aprender, dentro das mais diversas categorias.
Algumas áreas que serão abrangidas já foram divulgadas pelo Google. São elas: artes e música, informática e eletrônica, culinária, educação, moda e beleza, fitness e nutrição e saúde e jardinagem.
“A ajuda pode ser uma resposta rápida para um problema que você esteja tendo agora, como consertar o portão da garagem, ou como limpar os vírus do computador; ou pode ser um auxílio para um projeto inteiro, como construir um deque. Pode ser aprender uma nova habilidade, como falar francês ou desenhar cartoons; ou pode ser um conselho mais geral, como como melhorar seu físico ou sua escrita”, escreveu Udi Manber, VP de engenharia no blog oficial do Google.
O único pré-requisito para acessar as aulas é ter uma conta no Google+. A videochamada usa a tecnologia do Google Hangout, conectando o especialista ao usuário ao vivo por vídeo. Os horários podem ser pré-agendados ou pode ser que haja um especialista de plantão, esperando os usuários aparecerem para tirar dúvidas. Antes de começar as aulas, o interessado pode ver um pequeno vídeo de introdução à aula e conferir as qualificações do instrutor. Além disso, abaixo da descrição do assunto a ser tratado, é possível ver a avaliação de outros usuários ao curso.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Google ganha direito de digitalizar 20 milhões de livros

Para o juiz Denny Chin, que proferiu a decisão nesta quinta-feira, a iniciativa de reproduzir livros das bibliotecas trará benefícios à geração digital
(Peter Macdiarmid/Getty Images)
Publicado na revista Veja

O Google ganhou na Justiça o direito de digitalizar livros impressos protegidos por direitos autorais. Desde 2005, a companhia briga legalmente com a Authors Guild, associação dos escritores dos Estados Unidos, para reproduzir digitalmente o equivalente a 20 milhões de obras disponíveis em bibliotecas do país. A decisão foi proferida por um juiz da corte distrital de Nova York, que considerou o pedido do Google justo.
Com a decisão formal, o Google pode continuar de forma legal o projeto que já estava em andamento. Segundo o juiz Denny Chin, o veredito foi baseado no fato de que a digitalização de materiais de pesquisa é um grande avanço, que não irá interferir no mercado editorial nos Estados Unidos. Ainda de acordo com o magistrado, o Google Books, nome da iniciativa promovida pelo buscador, é uma ferramenta de pesquisa essencial, que trará muitos benefícios à sociedade.

Atualmente, o Google estabelece uma regra que impede os usuários de fazer download dos livros. Trata-se de uma solução para evitar que essas obras sejam reproduzidas ilegalmente. Em um comunicado, o buscador afirmou que o Google Books respeita a lei de direito autoral americana e que o serviço funciona como um catálogo on-line, que permite ao usuário da “era digital” encontrar livros para comprar ou emprestar.
Projeto — O Google Books não reproduz digitalmente os livros na íntegra, mas apenas trechos deles. Obras livres de direitos autorais, de domínio público, podem ser acessadas de forma integral através do catálogo do buscador. Alguns títulos oferecem ao leitor um material mais abrangente. Isso acontece por causa de uma parceria que o Google firma com editoras interessadas.
Ao oferecer o resultado de uma pesquisa, o Google Books indica para o leitor lojas on-line onde ele pode encontrar o livro. O próprio Google, por meio do Google Play, disponibiliza uma loja de e-books. Fica a critério do usuário a compra da obra em sua versão digital ou física.

Histórico — A briga legal entre Google e a Authors Guild começou em 2005. No processo, a associação pediu à companhia uma indenização no valor de 750 dólares por livro digitalizado, o equivalente a 3 bilhões de dólares. Segundo a instituição, o Google não estava respeitando os direitos autorais disponibilizando trechos das obras.

Paul Aiken, diretor da Authors Guild, não concorda com o juiz de Nova York. “Essa decisão é uma mudança fundamental na proteção do direito autoral. Em nossa visão, a digitalização e a exploração em massa ultrapassa os limites do justo”, disse.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Porque os jovens profissionais da geração Y estão infelizes

Publicado em Demografia Unicamp, via [Pavablog]
Esta é a Ana.
Ana é parte da Geração Y, a geração de jovens nascidos entre o fim da década de 1970 e a metade da década de 1990. Ela também faz parte da cultura Yuppie, que representa uma grande parte da geração Y.
“Yuppie” é uma derivação da sigla “YUP”, expressão inglesa que significa “Young Urban Professional”, ou seja, Jovem Profissional Urbano. É usado para referir-se a jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente de situação financeira intermediária entre a classe média e a classe alta. Os yuppies em geral possuem formação universitária, trabalham em suas profissões de formação e seguem as últimas tendências da moda. - Wikipedia
Eu dou um nome para yuppies da geração Y — costumo chamá-los de “Yuppies Especiais e Protagonistas da Geração Y”, ou “GYPSY” (Gen Y Protagonists & Special Yuppies). Um GYPSY é um tipo especial de yuppie, um tipo que se acha o personagem principal de uma história muito importante.
Então Ana está lá, curtindo sua vida de GYPSY, e ela gosta muito de ser a Ana. Só tem uma pequena coisinha atrapalhando:
Ana está meio infeliz.
Para entender a fundo o porquê de tal infelicidade, antes precisamos definir o que faz uma pessoa feliz, ou infeliz. É uma formula simples:
É muito simples — quando a realidade da vida de alguém está melhor do que essa pessoa estava esperando, ela está feliz. Quando a realidade acaba sendo pior do que as expectativas, essa pessoa está infeliz.
Para contextualizar melhor, vamos falar um pouco dos pais da Ana:
Os pais da Ana nasceram na década de 1950 — eles são “Baby Boomers“. Foram criados pelos avós da Ana, nascidos entre 1901 e 1924, e definitivamente não são GYPSYs.
Na época dos avós da Ana, eles eram obcecados com estabilidade econômica e criaram os pais dela para construir carreiras seguras e estáveis. Eles queriam que a grama dos pais dela crescesse mais verde e bonita do que eles as deles próprios. Algo assim:
Eles foram ensinados que nada podia os impedir de conseguir um gramado verde e exuberante em suas carreiras, mas que eles teriam que dedicar anos de trabalho duro para fazer isso acontecer.
Depois da fase de hippies insofríveis, os pais da Ana embarcaram em suas carreiras. Então nos anos 1970, 1980 e 1990, o mundo entrou numa era sem precedentes de prosperidade econômica. Os pais da Ana se saíram melhores do que esperavam. isso os deixou satisfeitos e otimistas.
Tendo uma vida mais suave e positiva do que seus próprios pais, os pais da Ana a criaram com um senso de otimismo e possibilidades infinitas. E eles não estavam sozinhos. Baby Boomers em todo o país e no mundo inteiro ensinaram seus filhos da geração Y que eles poderiam ser o que quisessem ser, induzindo assim a uma identidade de protagonista especial lá em seus sub-conscientes.
Isso deixou os GYPSYs se sentindo tremendamente esperançosos em relação à suas carreiras, ao ponto de aquele gramado verde de estabilidade e prosperidade, tão sonhado por seus pais, não ser mais suficiente. O gramado digno de um GYPSY também devia ter flores.
Isso nos leva ao primeiro fato sobre GYPSYs:
GYPSYs são ferozmente ambiciosos
President1
O GYPSY precisa de muito mais de sua carreira do que somente um gramado verde de prosperidade e estabilidade. O fato é, só um gramado verde não é lá tão único e extraordinário para um GYPSY. Enquanto seus pais queriam viver o sonho da prosperidade, os GYPSYs agora querem viver seu próprio sonho.
Cal Newport aponta que “seguir seu sonho” é uma frase que só apareceu nos últimos 20 anos, de acordo com o Ngram Viewer, uma ferramenta do Google que mostra quanto uma determinada frase aparece em textos impressos num certo período de tempo. Essa mesma ferramenta mostra que a frase “carreira estável” saiu de moda, e  também que a frase “realização profissional” está muito popular.
Para resumir, GYPSYs também querem prosperidade econômica assim como seus pais – eles só querem também se sentir realizados em suas carreiras, uma coisa que seus pais não pensavam muito.
Mas outra coisa está acontecendo. Enquanto os objetivos de carreira da geração Y se tornaram muito mais específicos e ambiciosos, uma segunda ideia foi ensinada à Ana durante toda sua infância:
Este é provavelmente uma boa hora para falar do nosso segundo fato sobre os GYPSYs:
GYPSYs vivem uma ilusão
Na cabeça de Ana passa o seguinte pensamento: “mas é claro… todo mundo vai ter uma boa carreira, mas como eu sou prodigiosamente magnífica, de um jeito fora do comum, minha vida profissional vai se destacar na multidão”. Então se uma geração inteira tem como objetivo um gramado verde e com flores, cada indivíduo GYPSY acaba pensando que está predestinado a ter algo ainda melhor:
Um unicórnio reluzente pairando sobre um gramado florido.
Mas por que isso é uma ilusão? Por que isso é o que cada GYPSY pensa, o que põe em xeque a definição de especial:
es-pe-ci-al | adjetivo
melhor, maior, ou de algum modo
diferente do que é comum
De acordo com esta definição, a maioria das pessoas não são especiais, ou então “especial” não significaria nada.
Mesmo depois disso, os GYPSYs lendo isto estão pensando, “bom argumento… mas eu realmente sou um desses poucos especiais” – e aí está o problema.
Uma outra ilusão é montada pelos GYPSYs quando eles adentram o mercado de trabalho. Enquanto os pais da Ana acreditavam que muitos anos de trabalho duro eventualmente os renderiam uma grande carreira, Ana acredita que uma grande carreira é um destino óbvio e natural para alguém tão excepcional como ela, e para ela é só questão de tempo e escolher qual caminho seguir. Suas expectativas pré-trabalho são mais ou menos assim:
Infelizmente, o mundo não é um lugar tão fácil assim, e curiosamente carreiras tendem a ser muito difíceis. Grandes carreiras consomem anos de sangue, suor e lágrimas para se construir – mesmo aquelas sem flores e unicórnios – e mesmo as pessoas mais bem sucedidas raramente vão estar fazendo algo grande e importante nos seus vinte e poucos anos.
Mas os GYPSYs não vão apenas aceitar isso tão facilmente.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

‘A privacidade na web é uma ilusão’

Homem protesta do lado de fora de complexo do Exército norte-americano na Alemanha FOTO: Kai Pfaffenbach/Reuters


Ligia Aguilhar, no Estadão

Responsável por elaborar relatórios de cibersegurança para Obama diz que é impossível evitar o monitoramento

SEUL – Diretor do Centro Internacional de Estudos Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês), James Lewis já liderou a produção de uma série de relatórios sobre segurança na internet para o presidente americano Barack Obama. Considerado um dos maiores especialistas em cibersegurança do mundo, é autor de mais de 90 publicações sobre assuntos relacionados ao tema.
Em entrevista exclusiva ao Link no mês passado, durante a Conferência de Cibersegurança em Seul, na Coreia do Sul, Lewis falou sobre o escândalo da espionagem norte-americana, afirmou que todos os países possuem algum tipo de vigilância, que o Brasil não é defensor da democracia e que a privacidade na internet é uma ilusão. Confira os principais trechos:
O Brasil defende um modelo descentralizado de regulação da internet. É a melhor opção?
Quando o modelo de regulação atual foi decidido, a maioria dos usuários da internet eram americanos. Hoje não é mais assim. As instituições criadas na época precisam se tornar globais. Esperamos que o Brasil se coloque ao lado da liberdade de expressão e defenda a internet aberta.
Muitos dizem que todos os países já sabiam sobre a espionagem. Se isso é verdade, por que continuamos tão vulneráveis? 
Os especialistas sabiam, mas o grande público não. E ele não entende quão vulnerável está na web. A internet é totalmente insegura. Enviar um e-mail é como mandar um cartão postal, as informações estão abertas. A privacidade é uma ilusão. E o (Edward) Snowden acabou com essa ilusão.
Essa espionagem é uma forma de ciberguerra?
Não. A espionagem é comum. Sempre falei com outros países sobre esse assunto e não encontrei nenhum que não estivesse engajado em algum tipo de espionagem. Tenho quase certeza que o que o Brasil faz tem foco doméstico. Não me surpreenderia descobrir que países da América do Sul espionam uns aos outros. Alguns documentos do Snowden mostram a inteligência de outros países. Eles vão aparecer e reformular o debate.
O Brasil tomou medidas contra a espionagem como criar um serviço de e-mails nacional e comprar um satélite. Funciona?
Isso tudo é “fofo”. Temos uma cadeia de suprimentos global, não fazemos mais as próprias tecnologias e isso cria riscos. É um dilema. Mas não significa que é viável economicamente fazer as próprias empresas. Rússia, EUA, Reino Unido, Israel e talvez os 20 ou 30 maiores cibercriminosos do mundo são capazes de quebrar qualquer sistema de segurança existente no mundo.
O que Brasil deveria fazer?
Pode fazer as empresas observarem melhor suas engrenagens, criar redes mais seguras e se engajar de forma positiva internacionalmente. A democracia não acontece. Há pessoas que a defendem. Não vejo o Brasil fazer isso.
O que você quer dizer?
Não vejo o Brasil defender a democracia. Não tenhamos ilusões sobre isso. O Brasil não assinou a Convenção de Budapeste e isso é muito questionável. Façam isso, invistam em engrenagens básicas, defendam a internet aberta e 90% do problema vai desaparecer.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Google quer patente do gesto de coração

Por Ligia Aguilhar, no Estadão
Gesto com as mãos que forma a imagem de um coração seria usado para curtir uma imagem no Google Glass
SÃO PAULO – Depois da Apple entrar com um pedido de patente da palavra startup em diversos países, incluindo o Brasil, chegou a hora do Google surpreender com um pedido de patente igualmente inusitado. O site Engadget revelou na semana passada que a empresa registrou o pedido da patente do gesto que forma um coração com as mãos em 2011, nos Estados Unidos.
Reprodução do pedido de patente registrado pelo Google. FOTO: Reprodução/Engadget
O gesto do coração com as mãos seria usado para que os usuários “de um display vestível na cabeça” – provavelmente uma referência ao Google Glass – possam curtir o que estiver na sua frente e indicar nas redes sociais que a imagem foi curtida.
Além do coração, o pedido ainda inclui a solicitação da patente de outros gestos que podem ser usados em um dispositivo como o Google Glass para funções como cortar e dar zoom em uma foto. O pedido completo está disponível na internet.
Os entusiastas do gesto, no entanto, não precisam se preocupar. A patente se refere apenas ao uso do coração com as mãos nos produtos da empresa. O uso não-comercial continuará livre.

Samsung registra patente para óculos inteligentes

publicado na InfoExame
Oculos-1
A Samsung registrou uma patente do que pode vir a ser seu dispositivo concorrente com os óculos Google Glass.
A patente foi registrada nesse mês na Coreia do Sul e mostra um conceito com armação transparente, botões laterais e um painel frontal que traz uma câmera embutida.
Oculos-2
Segundo a descrição da patente, os óculos poderiam ser pareados com um smartphone para exibir informações ou controlar alguma função. Fones de ouvido também permitiriam ao usuário ouvir músicas ou receber ligações.
Ao contrário dos óculos do Google, a patente da Samsung exibe fios dos dois lados da armação do dispositivo com um plug conector na ponta dos mesmos. Por ser um conceito, ainda não se sabe se e quando a empresa poderá lançar seus óculos inteligentes.
Oculos-3
Via: WSJ

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

'O Android é tudo menos aberto', alfineta executivo por trás do Firefox OS


Andreas Gal (REPRODUÇÃO)

Rennan Setti, no O Globo

RIO - Depois de ter desafiado a Microsoft no segmento de navegadores ao criar o Firefox, há 11 anos, a Mozilla quer agora duelar com o Android, da Google. A organização sem fins lucrativos lançou no Brasil na terça-feira seu sistema operacional para celulares, o Firefox OS. Segundo o vice-presidente de mobilidade da fundação, Andreas Gal, o software tem como forte o fato de ser o único realmente aberto do mercado, já que “o Android é tudo menos aberto.”

— O Android é muito diferente do quê a gente vem fazendo. A Google gosta de associar o sistema ao movimento open-source mas, na verdade, ele é tudo menos aberto. A tecnologia Android pertence completamente à Google. É a empresa que decide quais tecnologias estarão no sistema, e o código-fonte só e liberado depois que uma nova versão do sistema é lançada — afirma o executivo da Mozilla, cuja sede fica a poucos quilômetros do Googleplex, em Mountain View. — Somos diferentes porque não estamos em busca de lucros. Não temos acionistas, nossos acionistas são os usuários.

De acordo com Gal, o que define o Firefox como aberto é o fato de absolutamente qualquer pessoa ou corporação poder contribuir para a construção do código, sejam os engenheiros da Telefônica, governos ou um adolescente com noções de programação. Além disso, o sistema permite a instalação de aplicativos diretamente da web, sem a necessidade de que sejam submetidos a uma loja de aplicativos.

Na opinião de Gal, só a web é capaz de suprir satisfatoriamente a demanda dos usuários por conteúdo. Ele repete uma conta: enquanto existem 8 milhões de desenvolvedores de aplicações para web, há apenas algumas centenas de milhares trabalhando na criação de softwares para sistemas como o iOS (do iPhone).

— Por que alguém do Brasil se submeteria a alguém de Cupertino (sede da Apple) ou de Mountain View para selecionar seu conteúdo? Em uma das primeiras vezes que estive no Brasil, comprei um telefone Android para experimentar como é o sistema aqui. Quando fui a loja de aplicativos, ficou claro pra mim que ela é gerida por uma empresa americana. A loja tinha todos os apps importantes... se você mora na Califórnia — disse o executivo, que é alemão e foi um dos criadores do Boot to Gecko, que se transformaria no Firefox OS.

O Firefox OS chegou ao Brasil por meio de uma parceria com a Vivo, cujas lojas estão vendendo smartphones equipados com o sistema, o LG Fireweb e o Alcatel Onetouch Fire. Segundo Gal, o país está entre os mais importantes dos dez onde o software foi lançado:

— O lançamento aqui não é qualquer um para nós, é muito especial. Estamos buscando um público que esteja fazendo a transição do celular antigo (feature phone) para smartphone, e o Brasil reúne esses consumidores. Muitas das características do sistema foram criadas pensando em brasileiros.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Ruanda aposta em tecnologia para superar passado e se transformar


Projeto Um Laptop por Criança já levou 200 mil computadores portáteis a mais de 400 escolas do país Foto: BBCBrasil.com
Projeto Um Laptop por Criança já levou 200 mil computadores portáteis a
mais de 400 escolas do país Foto: BBCBrasil.com
Publicado no Terra [via livros e pessoas]
Olive Uwineza, 12 anos, sonha em se tornar presidente quando crescer. Ela estuda em uma sala de aula com outros 30 alunos, em uma escola primária de alta tecnologia em Kigali, Ruanda.
Cada estudante tem um laptop, que usa animações para tornar as aulas mais divertidas.
As matérias favoritas de Olive são matemática e ciências, e ela acha que seria “muito difícil fazer as lições” sem o computador.
Cinco anos atrás, o projeto Um Laptop por Criança (OLPC, na sigla em inglês) foi lançado na escola de Olive, com apoio do governo e de ONGs. Desde então, 200 mil computadores portáteis foram distribuídos em mais de 400 escolas do pequeno país do leste africano.
A infraestrutura da escola de Olive também melhorou – foi modernizada com conexão wi-fi e softwares adaptados ao currículo escolar.
O projeto é um dos pilares da iniciativa Visão de Ruanda para 2020, que tem a ambiciosa meta de transformar o país em um de economia baseada em tecnologia, semelhante ao papel desempenhado por Cingapura no leste asiático.
Genocídio
Ruanda é mais conhecida pelo genocídio de 1994, em que integrantes da etnia hutu massacraram cerca de 1 milhão de pessoas – a maioria da etnia tutsi, mas também hutus contrários à carnificina.
Superar o genocídio e cicatrizar as feridas do país é uma das motivações do atual presidente, Paul Kagame, com o projeto 2020. Em entrevista à BBC, ele argumenta que o melhor acesso à informação poderia ter dado outras possibilidades políticas a Ruanda.
Diz, também, que a transformação do país em um polo tecnológico regional pode ajudar os ruandeses a “obter (melhores) empregos, alimentar suas famílias e reconquistar sua dignidade”.
Ruanda cresceu mais de 7% no ano passado, e reformas governamentais têm estimulado investimentos estrangeiros. O Banco Mundial colocou o país como o terceiro melhor “para fazer negócios” na África Subsaariana.
Mas essas conquistas estão ameaçadas por recentes tensões diplomáticas com doadores, já que o país está sendo acusado de ajudar a treinar soldados mirins na vizinha República Democrática do Congo – acusações estas negadas pelo governo.
Em outubro, os EUA impuseram sanções contra Ruanda, algo que deve abalar a capacidade do governo em atrair apoio econômico externo para a iniciativa 2020.
Comunicações
Por enquanto, porém, os projetos continuam.
Clare Akamanzi é a executiva-chefe do Conselho de Desenvolvimento de Ruanda, criado para transformar a Visão para 2020 em programas tangíveis.
A meta, diz ela, é se tornar um país de renda média em 2020 e “evoluir de uma economia agrícola para uma baseada em conhecimento, sobretudo de alto valor agregado”.
Neste ano, foi assinado um acordo com a empresa Korea Telecom para oferecer tecnologia 4G ao redor do país, com investimento estrangeiro de US$ 140 milhões.
O Estado instalou 3 mil quilômetros de cabos de fibra ótica nos últimos quatro anos e quer que a tecnolgia 4G ajude a melhorar a deficiente comunicação fora da capital Kigali.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Agora é oficial: Nexus 5 aparece no Google Play

Desta vez temos um vazamento oficial: por um breve período de tempo, o LG Nexus 5 ficou visível na página do Google Play e algumas pessoas puderam acessá-lo.

lg nexus play Agora é oficial: Nexus 5 aparece no Google Play


Além de confirmar a nova interface do Android 4.4 Kitkat, com menu de navegação e barra de status transparentes, há o destaque para incorporação do Hangouts à plataforma, substituindo o tradicional aplicativo de Mensagens.

A aparição também revelou um novo ícone para a câmera e uma breve descrição (com preço!) do novo dispositivo: “Capture o dia a dia e o máximo disso tudo de novas maneiras. A partir de US$ 349″ dizia a página do Google Play.

E claro, esses sortudos visitantes puderam capturar a bonita e limpa imagem no novo Nexus para todos nós.

Senhoras e senhores, aqui está o LG Nexus 5:

lg nexus 5 e1382060459210 Agora é oficial: Nexus 5 aparece no Google Play
Dica: Clique na imagem para ampliar. :-)

As reações gráficas da internet ao preço do PlayStation 4


Como não poderia deixar de ser, surgiram uma série de programas fictícios do
governo de apoio àqueles que sonham um dia comprar o console


Para os fãs, serão poucos aqueles que poderão comprar o novo PS4, e Eike Batista infelizmente está fora da lista.


O novo console da Sony já está até sendo ilustrado no site da Crefisa, segundo esta montagem.



Outra citação: Até Cazuza serviu para comentar o precinho de 4 mil reais.



Esta montagem ilustra bem como PS4 se tornou de “garota modelo” para “monstro” em apenas um dia.


Nesta montagem, o novo programa do governo garante o console mais barato para uma parcela da população.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Post de Dilma no Twitter provoca reunião extraordinária

publicado no A Tarde
  • Dilma elencou mercadorias que os beneficiários podem comprar
Ao anunciar em sua conta do Twitter que havia promulgado a lei do Minha Casa Melhor, programa que financia a compra de móveis e eletrodomésticos, a presidente Dilma Rousseff atropelou nesta quarta-feira, 16, seus subordinados e incluiu produtos que ainda não estavam na cesta de itens definida pelo governo.
Pela manhã, numa série de publicações no microblog, Dilma elencou mercadorias que os beneficiários do programa habitacional Minha Casa Minha Vida podem comprar a juros subsidiados de 5% ao ano e prazos de até 4 anos para pagar. Entre os eletrodomésticos, citou tablet e micro-ondas, dois itens que ainda não podiam ser comprados pelo cartão. Na lista dos móveis, incluiu adquirir armário de cozinha e rack.
A inclusão desses produtos na cesta do programa estava em discussão e dependia do aval do Conselho Monetário Nacional (CMN), que normalmente se reúne na última quinta feita do mês. Depois das mensagens de Dilma, porém, foi convocada para esta quarta uma reunião extraordinária do CMN para chancelar as informações dadas pela presidente a seus seguidores. O órgão é formado pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Saiba mais

Dilma sanciona Lei do
16/10/2013 | Comentários(0)
No Twitter, a presidente não informou que o programa seria ampliado, apenas listou os itens como se eles já fizessem parte das opções. O anúncio da decisão do CMN só foi feito depois das 19h da noite. O Ministério da Fazenda informou, por meio de nota, que a inclusão desses itens atende a uma demanda dos beneficiários.
O CMN também subiu o limite para a compra de produtos que já estavam na lista - máquina de lavar, cama de solteiro, mesa com cadeira, sofá e guarda-roupa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Related Posts with Thumbnails