"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história." Bill Gates

terça-feira, 31 de maio de 2011

Campeões de audiência do Twitter vendem de tudo na rede

Perfis famosos como os de Sabrina Sato e Rafinha Bastos cobram por tweet para anunciar móveis, celulares, absorventes femininos...

Renata Honorato
Rafinha Bastos cobra 6.400 reais por tweet patrocinado
Rafinha Bastos cobra 6.400 reais por tweet patrocinado (Divulgação)

Há pouco mais de um mês, o comediante Rafinha Bastos foi apontado pelo jornal The New York Times como o "tuiteiro" mais influente do mundo. Como fama, em geral, atrai dinheiro, ele aproveitou para faturar um extra. Com mais de dois milhões de seguidores no microblog, o apresentador do CQC passou a cobrar por mensagens encomendadas por anunciantes, mantendo sempre a principal característica de seus tweets: o humor. Outros perfis bem-sucedidos na rede de 140 caracteres também exploram esse novo mercado. É o caso dos apresentadores Sabrina Sato e Danilo Gentili, do estudante Frederico Devito (um "Colírio" da revista Capricho), de Hugo Gloss, "personalidade" nascida e criada na rede, e da VJ MariMoon, da MTV.  Eles anunciam móveis, celulares, absorventes femininos e até bebidas alcoólicas, entre outros itens e serviços.

O segredo do sucesso, segundo os próprios tuiteiros, é não esconder o papel de garoto-propaganda digital. "As pessoas que me seguem no Twitter não são bobas: elas sabem diferenciar um tweet normal de uma mensagem publicitária. É preciso deixar isso bem claro", diz Rafinha Bastos. Hugo Gloss concorda. Para evitar reações negativas de seus seguidores, ele inicia os posts pagos com a hashtag (marcação) "#pb" – indicando que ali se inicia uma publicidade.

O valor cobrado por tweet – sim, o pagamento se faz a cada 140 caracteres – varia de campanha para campanha e de acordo com o poder de fogo do dono do perfil (confira no quadro abaixo). Sabrina Sato está entre os que mais faturam na rede, segundo informações que correm no mercado publicitário – a apresentadora não revela quanto cobra por mensagem. Para manter seu perfil entre os favoritos dos anunciantes, ela tenta emprestar às campanhas de que participa um pouco da personalidade que a fez famosa na TV: bem-humorada e, digamos, matuta. "Os meus posts são sempre escritos em tom de brincadeira. E faço questão de tomar conta disso sozinha: não delego o trabalho a nenhum assessor." Devito é mais explícito: "Se não deixar o tweet com a minha cara, as meninas que me seguem sequer vão reparar na propaganda." Continue a ler a reportagem
 
Arte do tweet pago
Mercado – Ainda não se fala em casamento entre mercado publicitário e tweet pago. Mas o namoro anda animado. Na avaliação de agências do setor, o Twitter acrescenta uma característica nada desprezível às campanhas: diálogo entre anunciante e consumidor. Assim que um tweet pago é disparado, o cliente tem acesso – em tempo real – à reação dos usuários e pode até determinar mudanças de rumo, caso perceba um retorno negativo.


O trabalho conta com o auxílio da tecnologia para medir resultados. "Softwares de monitoramento medem o uso de hashtags e retuítes, fornecendo números que ilustram a abrangência de uma campanha e o grau de sua aceitação na rede", diz Pedro Ivo Resende, diretor executivo da Riot, agência de São Paulo especializada em publicidade nas mídias sociais.

Há, é claro, limitações. Os anúncios em outros meios – como jornais, revistas, TV, rádio e websites – se baseiam em estudos de alcance, que determinam exatamente qual o tamanho do público atingindo e também seu perfil. Isso não acontece no Twitter. "É difícil analisar a comunidade, já que os usuários da rede começam a seguir um perfil e o abandonam na mesma velocidade. Não há controle sobre isso", afirma Resende. O trabalho de agências e anunciantes, portanto, depende de faro apurado: "Faltam dados demográficos sobre a audiência do Twitter. O jeito é nos basearmos no perfil escolhido para fazer a campanha, em sua imagem junto a fãs e na TV", diz Marcelo Tripoli, presidente da agência de marketing digital iThink.

Um tweet pago pode ser pouco. Ao menos é o que defende Raphael Vasconcellos, vice-presidente de criação da AgênciaClick. Embora as campanhas proliferem na rede, ele aposta em um outro modelo para o Twitter: o perfil patrocinado – caso da conta @ClaroRonaldo, do ex-jogador. "Uma estratégia manca não resolve. Criar um canal de comunicação ou patrocinar um perfil é muito mais eficiente", diz o publicitário. O valor do contrato com o Fenômeno? Ninguém revela.

Fonte: Vida Digital

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